Saudações pessoas! No episódio desta semana nós batemos um papo muito legal com o Acácio Augusto sobre abolicionismo penal. Atualmente a maioria das propostas relativas à segurança pública vão no sentido de mais prisões, penas maiores e mais repressão, um caminho que comprovadamente não dá certo. Quer saber mais sobre abolicionismo penal e tirar a dúvida de quem é maior, Marcos ou Lucas Lima? Ouve aí!
Claro que neste episódio temos o quadro Eh Várzea com o Carapanã, imperdível!
A pauta começa aos 08m19s
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Citado no Episódio
Conflicts as Property – N. Christie
https://www.scribd.com/document/238204306/Conflict-as-Property-Christie
Benefícios secundários do crime – Marx
http://www.panoptica.org/seer/index.php/op/article/view/380
Dicas do Carapanã:
Revisionismo histórico e a banalização da escravidão nas Américas
Não, a Ku Klux Klan não é “de esquerda”
Dicas Culturais
Superman: Entre a Foice e o Martelo
http://hotsitepanini.com.br/dc/publicacao/superman-entre-a-foice-e-o-martelo/
Curso Livre de Abolicionismo Penal – Edson Passetti (org)
https://www.revan.com.br/produto/CURSO-LIVRE-DE-ABOLICIONISMO-PENAL-293
Eles nos devem uma vida – Crass: Escritos, Diálogos e Gritos
O Boxeador – Reinhard Kleist
http://www.besourobox.com/pd-1faeef-o-boxeador.html
Eu, Tonya – Filme
http://www.adorocinema.com/filmes/filme-246064/
Cárcere e Fábrica: As Origens do Sistema Penitenciário (Século XVI-XIX) – Dario Melossi e Massimo Pavarini
Oi a todos,
Muito legal o episódio.
Sobre o campo específico do direito não tenho como comentar exatamente.
É muito curioso como essa ideia de prisão e tudo o mais é naturalizada na prática. Lendo Foucault, fazendo alguns trabalhos voluntários em fundações casa e presídio, e estudando práticas pedagógicas que se abstém de utilizar punições, ajudou-me a desnaturalizar essa ideia com mais consciência.
Penso que além da falta de embasamento teórico, e mesmo sobre ética, para discutir a sério tal questão, a naturalização da prisão como forma de justiça, e seus derivados, tem como barreira a passionalidade do debate público, e também nos meios acadêmicos, que o tema traz.
Pensar passionalmente é algo humano, e esta divisão entre razão e paixão é uma boa construção teórica que na maioria das vezes se afasta do real, mas nas discussões sobre práticas de justiça, a passionalidade acompanha um profundo desejo de resoluções rápidas e práticas. Dessa forma, a ideia de retirar o bandido da sociedade e apagar seus direitos de cidadão funciona como aquele brincadeira infantil que todos caímos em certa fase da vida: achar que ao fechar os olhos tudo em torno desaparece e os problemas se resolve. Simplesmente prender é como apagar o indivíduo e seu problema do mundo, a semelhança de uma criança fechando os olhos para resolver tudo…
E qualquer visita a presídio ou fundação casa mostra o óbvio: as pessoas presas tem uma etnia e classe social específica.
Um depoimento de um garoto na fundação casa foi algo que me faz pensar até hoje. Ele disse o seguinte: “Velho, ficar aqui é uma merda e não quero voltar a um local como esse, parece que prisão é pior ainda. Mas sei lá… Eu gosto de mulher, e sem dinheiro e carro é foda arrumar mulher por aí. Você vai procurar trabalho e além de ter pouco, eles têm medo de preto favelado. Além do que o pessoal da comunidade sabe do que você fez, trata de lembrar você disso a todo momento… E tem a dívida ainda… O pessoal vai me cobrar o que foi apreendido comigo…”
Essa fala resume os diversos problemas que a prisão não resolve na prática…
Teve outros, mas este resume as impressões.
Muito legal o episódio e obrigado pelas reflexões!
Tiago de Lima Castro